Cada vez mais os consumidores estão usando a tecnologia de voz em busca de conforto e praticidade em suas compras. Por conta disso, as marcas e empresas precisam estar preparadas para satisfazê-los.
O número de alto-falantes inteligentes cresceu quase 200% em todo o mundo no 3º trimestre de 2018, e cerca de 43% dos usuários os utilizam para comprar ou ajudar nas compras. Até o fim deste ano, o eMarketer prevê que 32,5% dos proprietários de alto-falantes inteligentes nos Estados Unidos se traduzirão em 22,7 milhões de compradores por voz. E até o final de 2020, segundo os consultores de estratégia da OC&C, o comércio de voz atingirá US$ 40 bilhões. São números que os fornecedores de comércio não podem ignorar.
“O aumento da voz como interface é semelhante ao aumento do smartphone. A maior diferença é que a voz está sendo adotada muito mais rapidamente, com 40% dos americanos já possuindo um alto-falante inteligente. Isso se deve ao fato de que os próprios smartphones impulsionaram a adoção da voz. Alto-falantes inteligentes conectados, casa conectada, dispositivos e carros inteligentes… Tudo isso compõe a mudança de mercado efetuada por essa nova interface”, explicou o vice-presidente sênior do MomentFeed, Derek Browers, em entrevista recente ao StreetFight).
As marcas que já utilizam a tecnologia de voz vêm buscando maneiras de conquistar espaço. Ao fazer parceria com empresas para desenvolver actions ou skills em interfaces de voz conhecidas – como Google e Amazon -, elas fornecem serviços atraentes para quem prefere uma resposta específica em vez de uma lista de opções. Além disso, ajudam os consumidores de formas bem diferentes em comparação ao padrão usual de compras.
O mercado já tem exemplos de marcas que exploram bem a voz. É o caso da Tide, que criou a skill “Removedor de manchas” para ensinar truques sobre como remover até 200 tipos de manchas, da tinta ao café.
Outro caso é o da Purina, que desenvolveu uma solução para a pessoa saber qual o cachorro ideal. O Ask Purina explica aos usuários de alto-falantes inteligentes sobre raças de cães, responde perguntas relacionadas a comportamentos e, claro, sobre diretrizes de alimentação.
A Patrón é outro exemplo. Em 2016, a empresa lançou o skill “Concurso de bot”, oferecendo receitas de coquetel e informações sobre tequila. Desde então, conquistou mais de 36 mil usuários.
Estratégias para o futuro
Para competir com sucesso no mercado orientado por voz, as empresas precisam ir além do desenvolvimento de skills ou actions. Elas precisam se aprofundar na compreensão de como incorporar interfaces de conversação domésticas nas linhas de negócios existentes, a fim de oferecer experiências mais ricas ao cliente e melhores produtos com base nas interações.
Essa estratégia requer parceria com plataformas de IA de white label (como Google, Amazon ou mesmo nativas) que permitem que qualquer marca ou empresa adicione interfaces inteligentes com voz, conversação e pesquisa a qualquer produto ou serviço, compreendendo a ampla variedade de perguntas e retornando com as respostas certas.
No setor hoteleiro, por exemplo, as empresas estão recorrendo a marcas como Angie Hospitality, NTENT e Intelity para melhorar o atendimento ao cliente, implementar economia de custos e expandir os fluxos de receita. Empresas como Angie e Intelity fornecem plataformas que usam dispositivos personalizados como um alto-falante/tablet inteligente por meio do qual os hóspedes podem expressar suas necessidades de serviços de hotel ou solicitar informações sobre visitantes.
“A abordagem da tecnologia de voz virá de uma combinação da compreensão da tecnologia e compreensão verdadeira da sua marca. À medida que as organizações desenvolvam novos aplicativos criados especificamente para assistentes de voz, será mais importante do que nunca saber quem são seus consumidores, o que eles querem saber ou fazer e onde sua marca se encaixa na vida cotidiana”, afirmou Becky Linahon, diretora de marketing da TetraVX, em entrevista recente ao StreetFight.
Fonte: Voicebot.ai