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A economia de APIs em terra de transformação digital

Além do poder de integradora, as APIs também auxiliam na geração de fontes de receitas a partir da criação de novos modelos de negócios

Por Elton Melo*

Muito se fala atualmente sobre as APIs, do inglês ‘Application Programming Interface’, significa Interface de Programação de Aplicações. Com essa tecnologia, é possível integrar sistemas e obter benefícios como a segurança dos dados, facilidade no intercâmbio entre informações com diferentes linguagens de programação e a monetização de acessos.

Nos dias de hoje, é difícil imaginar um sistema que não tenha ao menos uma integração via API, seja ela pública ou não. Elas se tornaram um dos motores da transformação digital, pois permitem incorporar sistemas de uma forma simples, possibilitando inovar cada vez mais, além de conectar os dados e facilitar a adoção e o uso de tecnologias, o que geram mais valor para o cliente.

Esse pacote de benefícios na utilização das APIs, por assim dizer, criou um mercado gigantesco no âmbito dos negócios. Em junho de 2019, ultrapassamos mundialmente a marca de 22 mil interfaces de programação. Por causa desta explosão de utilização que chamamos este período de economia de APIs.

Desde que a Forbes, em 2017, declarou o ‘Ano da Economia da API’, este tem sido um dos assuntos mais discutindo entre os programadores e desenvolvedores, bem como pelas lideranças das empresas. De acordo com a Technavio, estima-se que este mercado ultrapasse o valor de US$ 1 bilhão até 2020, com taxa de crescimento anual acima de 30%. E o motivo é fácil de entender, afinal, anualmente, cada vez mais serviços que dependem de interfaces de programações para serem executados são desenvolvidos.

Além do poder de integradora, as APIs também auxiliam na geração de fontes de receitas a partir da criação de novos modelos de negócios. Isso porque possibilitam a mistura de vários serviços em um único aplicativo, o que permite inovações disruptivas com estratégias de monetização.

Neste cenário, existem variações de modelos para rentabilizar os negócios, como os formatos gratuitos, nos quais, geralmente, as interfaces de programação estão conectadas a uma monetização indireta em que a organização provedora ganha alguma vantagem quando um canal de API sem a necessidade de pagamento está aberto.

Outra abordagem é a da assinatura, a qual os clientes assinam uma mensalidade para um uso predefinido de consumo mensal da determinada interface de programação. Neste caso, os planos podem estar vinculados ao número de requisições ou ao volume de dados transacionais e, conforme o uso aumenta, o cliente adquire uma atualização do plano. Também tem a pay-per-use, em que você paga pelo consumo direto da API. Quanto mais você consome, maior será o valor a ser cobrado.

Segundo o Gartner, a maior parcela financeira da economia das APIs não é gerada por meio da cobrança no uso destas interfaces de programação, mas sim pelas oportunidades de negócios que elas habilitam e nas construções de aplicativos que as consomem. Na maioria dos casos, os produtos e os serviços já existiam e eram vendidos por canais tradicionais, antes mesmo das conversas sobre estes temas.

A economia de APIs está impulsionando a transformação digital, além de apoiar a criação de novos produtos e serviços, tendo como foco a otimização da experiência do cliente. As empresas que estiverem comprometidas a inovar devem estar de olho neste mercado e acompanhar de perto as novas interfaces de programação que possam ajudar neste processo.

*Elton Melo é Digital Labs Manager da Engineering

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