A Comissão Europeia autorizou a aquisição da Nuance Communications pela Microsoft, afirmando que o negócio de US$ 19,7 bilhões não traz preocupações de concorrência ou monopólio no Espaço Econômico Europeu (EEE).
Com base na investigação, a Comissão concluiu que o negócio não reduziria a concorrência nos “mercados de software de transcrição, serviços em nuvem, serviços de comunicação empresarial, gestão de relacionamento com o cliente, software de produtividade e sistemas operacionais para PC”, como destaca o comunicado.
A análise também levou em consideração se a tecnologia de publicidade da Microsoft pode fazer uso das informações confidenciais da Nuance. No entanto, a Comissão confirmou que as regras de proteção de dados e os contratos assinados pela Microsoft manterão esses dados privados.
Outro ponto de destaque da análise é que a Microsoft e a Nuance oferecem produtos muito diferentes no mercado de softwares de transcrição. Enquanto a primeira traz soluções para os usuários finais, a Microsoft fornece interfaces de programação de aplicativos que os desenvolvedores podem usar para integrar a tecnologia de reconhecimento de voz.
A compra da Nuance pela Microsoft aconteceu em abril deste ano, com o objetivo de ampliar a presença no setor da saúde privada. Nos Estados Unidos, a Nuance é líder nessa área, tendo entre seus principais clientes os maiores hospitais particulares do país, como o Johns Hopkins e o Mass General Brigham.
Outro produto desenvolvido pela Nuance que despertou o interesse da Microsoft é o Dragon, um software de reconhecimento de fala que transforma comandos de voz em texto. Com isso, acredita-se que um dos principais objetivos da transação é usar a tecnologia do Dragon para desenvolver chatbots e assistentes virtuais.