Sempre que o tema assistentes de voz entra na pauta, uma questão vem logo à tona: é possível responder ao usuário com os mais diferentes sotaques que ele fala em um país como o Brasil, por exemplo? Do ponto de vista de pesquisa, a resposta é sim, mas ainda é uma tecnologia muito cara para ser implementada ao redor do mundo, segundo Larissa Rinaldi, linguista analítica do português em inteligência artificial do Google Assistente.
“Do ponto de vista da pesquisa, se quisesse, a gente saberia como responder. Com certeza, isso vai acontecer. É uma questão de tempo, com a tecnologia se tornando um pouco mais barata”, avaliou Larissa. Para ela, essa é uma prioridade, pois o objetivo é fazer com que o usuário seja reconhecido em sua identidade e sua nacionalidade.
Larissa Rinaldi contou que o Google já tem projeto de pesquisa para criar sistemas que tratam dessa questão. No entanto, ainda enfrenta a resrição por conta do custo da tecnologia para criar diversas vozes para cada país.
Como o custo da empreeitada é elevado, o jeito é priorizar abrir novos mercados, no lugar de trabalhar as variantes regionais. Hoje, o Google Assistente tem versões para 30 idiomas.
Compreensão de sotaques
Se replicar o sotaque demanda grandes investimentos, mesmo no caso de uma empresa do porte do Goolge, do lado de fazer o sistema compreender o que o usuário fala a questão já está mais equalizada. Com três anos de Brasil, o assistente de voz já evoluiu muito nesse item. “Na questão do dialeto, a gente ainda se mantém em uma variante mais neutra”, observou.
Larissa Rinaldi contou que, na versão em português, o Google Assistente consegue, hoje em dia, resolver todas as regionalidades do ponto de vista da compreensão.
“O assistente consegue compreender qualquer sotaque, permitindo que os usuários com qualquer tipo de pergunta consiga utilizar o sistema”, explicou a linguista do Google, acrescentando que a plataforma já trabalha com algumas prosódias bem diferentes, como exclamação, interrogação e a cadência poética.