Criação e personalização com IA

Por Lara Krumholz*

Há um mundo novo a cada dia quando falamos sobre a produção de conteúdo. O mercado se transforma em um ritmo intenso, com novas plataformas desafiando marcas e pessoas, como o mais recente sucesso de público Tik Tok, a partir de ferramentas tecnológicas que oferecem oportunidades criativas infinitas para exploração.

Todas essas inovações surgem com a expansão e a evolução de soluções como inteligência artificial, machine learning e deep learning, termos que entraram no dia a dia do mercado de comunicação. Isso porque oferecem

possibilidades de gerar entregas com elevado poder de automação de processos, sincronização de mídias sociais, gerenciamento de dados e personalização de conteúdos, como a sugestão filme ou série que a Netflix apresenta aos seus clientes. E, na “Era da Experiência”, iniciativas sob medida são essenciais para reforçar a conexão com os consumidores e parceiros.

Se antes a comunicação publicitária era massiva e pensada basicamente para exibir anúncios que alcançassem um público amplo, com a inteligência artificial hoje é possível segmentar a audiência e focar apenas em quem tem interesse potencial no produto ou serviço anunciado. E isso é uma revolução.

A conversa não se dá mais com um consumidor abstrato. Agora, o alvo é específico, o que só é possível com o uso de big data e machine learning. Um exemplo é a sincronização de mensagem em várias telas com o conteúdo que o espectador está acompanhando. No caso de um jogo de futebol, push notifications podem ser acionados em momentos como gols, intervalo e o término de jogo, atraindo e engajando os torcedores.

Quando falamos hoje, por exemplo, de “análise contextual” significa dizer que uma página da web e/ou do conteúdo do vídeo está sendo assistido e que as AIs estão observando a semântica das palavras-chave. Esse é um tipo de solução que tem conquistado cada vez mais espaço e que vai possibilitar projetos muito mais sofisticados, tecnologicamente falando. Imaginem o poder de impacto quando as AIs estiverem mais evoluídas e conseguirem entender melhor o humor e os contextos, além da diversidade e complexidade dos momentos dos consumidores.

Com essa realidade que se apresenta, ofertar e pensar estratégias desde branded content até peças publicitárias traz imensos desafios na construção do diálogo das empresas com os seus públicos. Demanda a produção de conteúdos que entreguem conexão profunda com clientes/consumidores, entendendo as necessidades e os meios, plataformas e formatos mais relevantes para alcançar determinada audiência.

Tendências de consumo

Hoje, quando percebemos o crescimento de soluções como assistentes virtuais, chatbots, OTTs (conteúdos on demand e streaming) e mesmo de podcasts, temos que fazer um exercício para entender os impactos que essas inovações trazem quando pensamos nessa produção de conteúdo – e o futuro, nesse caso, refere-se a um período tempo de dois anos.

Nesse intervalo, as AIs estarão muito mais evoluídas e poderão ajudar tanto na criação e desenvolvimento dos conteúdos quanto na conexão com as melhores plataformas e momentos dos consumidores, a partir de gatilhos de comunicação, propiciando melhores e mais fluidas experiências entre os usuários das redes e as marcas, o que já vem sendo chamado de AIoT (Artificial Intelligence of Things). Um processo que contribui para a tomada mais eficaz de decisão do marketing das companhias e, por consequência, dos negócios em si.

Com essas mudanças, o futuro do conteúdo passa por entender as complexidades e oportunidades que as novas tecnologias trazem ao nosso dia a dia. A partir daí, temos que pensar: como conectar a criatividade humana com a artificial?

Como gerar insights a partir das análises de bilhões de dados para estratégias que conversem com os novos momentos dos consumidores? As respostas, em um mundo que se transforma exponencialmente, passam pela forma como lidaremos com essas inovações e com a nossa capacidade de aprender. Será que estamos prontos para uma nova era?

*Lara Krumholz é vice-presidente da Dynadmic para América Latina