Por André Ferreira*
O primeiro marco do cronograma de implementação do 5G no Brasil já está próximo. Até 31 de julho todas as capitais do país e o Distrito Federal deverão possuir pelo menos uma antena para cada 100 mil habitantes, número dez vezes maior do que o usado atualmente com a tecnologia 4G.
Entretanto, em janeiro de 2022, o Ministério das Comunicações informou que apenas 12 capitais já estavam totalmente prontas para receber a tecnologia, tanto em infraestrutura quanto em legislação.
Segundo a Conexis (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), as empresas de telecom devem investir mais de R$ 30 bilhões em 2022, não incluindo os valores dispendidos no leilão do 5G.
Diante do investimento a ser realizado pelas empresas para implantação de toda a infraestrutura necessária para atendimento ao cronograma firmado que prevê, até julho de 2029, a disponibilização de uma antena para cada 15 mil habitantes em todas as cidades com população acima de 30 mil habitantes, é fundamental que as organizações estruturem um plano de segurança de seus ativos, o que, consequentemente, garantirá o pleno funcionamento dessas estruturas.
Falando sobre segurança de ativos utilizados na distribuição dos serviços de telecom, também, segundo a Conexis, somente em 2021, mais de 4 milhões de metros de cabos de cobre foram subtraídos das estruturas das operadoras de telecom.
Um número alarmante que traz preocupações com a implantação do 5G, pois a substituição dos cabos de cobre pela fibra ótica tende a ser acompanhada pela migração do delito para outros tipos de materiais.
Para a implantação do 5G é necessária maior densidade de estruturas para distribuição do serviço e, consequentemente, mais pulverização de equipamentos nas áreas atendidas. Com esse cenário, o grande desafio é: como garantir a segurança desses ativos?
A missão não é nada fácil e a estruturação desses projetos calçados em metodologias de segurança que visem o aumento de produtividade, aliada à mitigação de riscos ao negócio, é fundamental.
O primeiro passo é o mapeamento das condições de segurança das regiões onde está prevista a implantação de uma estrutura, que deve ser embasado em dados de segurança pública e da própria operação da empresa.
Com essas informações, é possível traçar a melhor estratégia e definir quais os recursos de segurança, físicos ou eletrônicos, serão úteis para preservação dos ativos.
Envolvendo esse aparato, é necessário um trabalho contínuo de inteligência para o monitoramento das regiões de maior complexidade e com importância estratégica para as empresas, já que o cenário de segurança é regionalizado e está em constante transformação.
A sinergia entre processos, tecnologias e pessoas, apoiados em informações e numa gestão ativa, permitirão que as empresas que levarem esses pontos em consideração possuam vantagem em relação aos seus concorrentes, pois conseguirão atender onde as demais não chegam, além de conquistar a confiança dos seus clientes por meio da disponibilidade do serviço contratado.
*André Ferreira é consultor sênior de segurança empresarial na ICTS Security