A Microsoft admitiu que seus funcionários escutam conversas gravadas dos usuários com a Cortana e pelo Skype. Com a confissão, a empresa se junta ao Google, à Amazon e a Apple, que nos últimos meses admitiram que o Google Assistente, a Alexa e a Siri, respectivamente também tem algumas das interações com humanos gravadas e ouvidas posteriormente.
De acordo com informações da agência France Press, o argumento da companhia para justificar tal procedimento se assemelha ao apresentado pelas suas concorrentes: “A Microsoft coleta dados de voz para proporcionar e melhorar serviços habilitados para voz como a busca, comandos de voz, ditado ou serviços de tradução”.
A diferença, no entanto, está no fato de a empresa garantir que seus clientes sabem de tais escutas. Ainda assim, a companhia disse que toma cuidados com a privacidade das gravações. O principal deles é eliminar a identificação do usuário antes de compartilhar os dados coletados com os responsáveis por melhorar o software ou o serviço fornecido.
Como resposta à repercussão extremamente negativa em todo o mundo, a Apple anunciou a interrupção das escutas em escala global. O Google, por sua vez, o fez apenas nos países da União Europeia. Já a Amazon alterou o contrato de serviço, passando a declarar abertamente as escutas e dando ao usuário a opção de não permiti-las.
O debate ético sobre outros humanos ouvirem gravações de interações entre os assistentes de voz e seus usuários parece longe de acabar. O que vem sendo considerado correto é que o cliente opte ou não pela gravação e a consequente escuta por programas de revisão das companhias. Acontece, porém, que há uma infinidade de relatos sobre o fato de os assistentes entenderem uma suposta autorização para gravar as conversas sem que realmente tenha sido dada.
Uma pesquisa divulgada pelo Voicebot em 2018 revelou que 28,5% por cento dos usuários de alto-falante inteligente disseram que notaram falsos despertares pelo menos uma vez por dia. Outro estudo, desta vez da própria Microsoft, confirmou que 41% dos usuários de assistentes virtuais se disseram preocupados com dispositivos de escuta passiva invadindo sua privacidade.
Fonte: Voicebot.ai