Ao longo de sua história, a mineira Take sempre teve que superar barreiras. Uma delas envolveu, em 2005, a venda para o grupo japonês Faith. Três anos depois, veio a recompra, marcando bem a trajetória da provedora de soluções conversacionais e de chatbots que tem atuação em 70 países.
Além de bons números e um crescimento contínuo, daí para a frente a empresa carregou o portfólio com grandes marcas, como Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), Casas Bahia e Ponto Frio, em sucessivos cases de sucesso.
Agora, no ano em que completa duas décadas no mercado mobile, a Take se impõe mais dois grandes desafios: fazer o número de chatbots saltar de 15 mil para 50 mil, e a quantidade de clientes pular de 100 para 1.000. Como boa mineira, claro, a Take não fala de estratégias para atingir as duas metas.
Mas, com certeza, a busca por números tão espetaculares sinaliza o potencial do mercado brasileiro para o uso de chatbots. “O grande marco desse mercado foi a abertura do WhatsApp, em agosto do ano passado, dando às empresas a possibilidade de automação da comunicação”, aponta Vinícius Martins, gerente de Marketing da Take, que, no ano passado, viu seu faturamento crescer 15%. A meta deste ano é dobrar o faturamento,
“Hoje, 95% das empresas que nos procuram estão interessadas no Whatsapp, solução usada por companhias pequenas, médias e grandes”, destaca. Em agosto do ano passado, a Take tornou-se provedora oficial do Whatsapp Business API.
Plataforma horizontal
Na corrida para aumentar a base de clientes e de chatbots instalados, a Take tem como trunfo a BLiP, uma plataforma que coloca nas mãos dos usuários todas as ferramentas necessárias para a criação de bots. “É uma solução mais horizontal, dando ao cliente tudo o que ele precisa para desenvolver o bot”, explica Martins.
Além de facilmente escalável, outra facilidade do BLiP é sua integração com uma série de plataformas, como Microsoft, Google, Amazon, Whatsaap e o Messenger. Na comercialização da solução, a empresa utiliza dois modelos de negócio: a venda pura simples da plataforma ou, junto com ela, os serviços.
Apesar de ser reconhecida pela experiência e capacidade de desenvolver bots para uma série de segmentos de mercado, a Take prefere ir muito além da tecnologia. Sim, o que vale é dar às empresas o poder de se relacionarem melhor com as pessoas.
“A gente chama isso de contato inteligente. Nosso posicionamento é na experiência do usuário e não na tecnologia”, conta o gerente de marketing da Take, destacando a rapidez com que a plataforma desenvolve os bots. “Não é possível falar de tempo médio de criação de um bot, pois tudo varia de acordo com o projeto”, observa
Três anos depois de desenvolvida, a BLiP tem clientes de uma série de áreas, como atendimento – a que tem maior demanda devido a necessidade de automação -, financeira, varejo, operadoras de telefonia, saúde e comunicação.
Tecnologia e gente
Para atingir a meta ambiciosa de crescer a base de clientes e de bots instalados, a Take programa também um avanço no número de funcionários: a meta para 2019 é passar de 150 para 300 pessoas. Assim, espera reforçar sua equipe que reúne, por exemplo, especialistas em inteligência artificial, em soluções conversacionais e de treinamento de bots.
Outra alavanca para avançar no terreno dos bots envolve a parte de tecnologia. A Take planeja para este ano ampliar o volume de investimento em tecnologia para 30% do seu faturamento. Em 2018, este número ficou em 20%.