Por Juan D’Antiochia*
Assistentes virtuais já desempenham um papel importante na maneira como levamos nossas vidas. Seja pedindo à Alexa que toque sua música favorita, apague as luzes ou compre uma nova leva de mantimentos, os assistentes virtuais estão facilitando muito a administração de nossas vidas pessoais, borrando os limites entre humanos e tecnologia.
Os primeiros esforços para implementar assistentes de voz foram desajeitados, simplistas e pouco práticos. As interfaces robóticas e monótonas do passado, entretanto, foram substituídas pelos animados assistentes pessoais de hoje, que contam com a capacidade de ouvir, entender e responder de forma inteligente e em tempo real.
Os assistentes virtuais, como Alexa e Cortana, já não estão apenas tocando música ou informando a previsão do tempo, eles também estão viabilizando vendas. Uma pesquisa da eMarketer prevê que mais de quatro em cada dez[1] usuários de alto-falantes inteligentes dos EUA usarão seus dispositivos para fazer compras.
A tecnologia de voz também mostra sinais de aceleração no Brasil, especialmente agora, que Alexa e Google Assistant lançaram oficialmente seus dispositivos de língua portuguesa no país. O mercado está pronto para adotar speakers inteligentes ao fazer compras: os brasileiros já estão acostumados a usar assistentes de voz em seus smartphones[2] e tendem a comprar por meio de seus dispositivos móveis, com o comércio móvel representando 44% das vendas online.
O comércio está em constante evolução graças às novas tecnologias e a pandemia do COVID-19 apenas acelerou a adoção de alto-falantes inteligentes. Levando em conta os milhões de pessoas que não se locomovem mais até o trabalho diariamente e o desejo de limitar o contato com objetos de uso comum, como maquininhas de cartão, as pessoas estão recorrendo à tecnologia contactless e de voz mais do que nunca.
Mas será que os assistentes de voz inteligentes realmente vão conseguir se multiplicar em larga escala? Qual é seu apelo e para onde caminha a tecnologia? À medida que o comércio continua evoluindo em ritmo acelerado, no que as empresas devem estar atentas para atender às necessidades do consumidor de hoje?
Especialistas[3] têm notado que os novos usuários de speakers inteligentes estão testando recursos relacionados às compras e “early adopters” já estão pedindo que seus devices pesquisem produtos e preços. É empolgante poder comprar sem ter que usar o smartphone, mas usar comandos de voz sem um componente visual continuam sendo uma barreira para os consumidores, provavelmente porque os aparelhos têm uma alta taxa de falhas[4] ao responder perguntas específicas sobre produtos.
O setor está respondendo a esses obstáculos com a inclusão de telas inteligentes nos devices. Ao exibir informações visuais junto com as respostas dos assistentes de voz, a ideia é deixar as solicitações mais claras e levar a compras que vão ainda além do digital.
Não faz muito tempo desde que o termo “omnicommerce” surgiu para descrever uma experiência de compra sem atritos que pode acontecer online, na loja, via smartphone ou uma combinação desses três. Pois o advento das compras ativadas por voz expande a experiência omnichannel e oferece ainda mais oportunidades para as marcas.
A evolução dos assistentes de voz inteligentes, desde o puro entretenimento até o recente canal de vendas online, traz consigo oportunidades e desafios. Ainda segue indefinido quanto tempo levará para que as compras ativadas por voz se estabeleçam como o quarto canal da experiência de consumo, mas agora é a hora para as empresas começarem a explorar todas as possibilidades e aprendam ao longo deste novo caminho.
*Juan D’Antiochia é gerente geral para eCommerce Global, Latam, Worldpay Soluções para Comerciantes, FIS