O interesse cada vez maior dos usuários de automóveis por tecnologia de voz embarcada nos veículos é uma realidade e um processo que não tem volta. A afirmação é de Matheus Arantes, gerente de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Volkswagen. O executivo explica que, à medida em que as pessoas usam assistentes de voz no dia a dia em diversas situações, anseiam naturalmente por fazer o mesmo enquanto estão dirigindo.
“Os clientes hoje em dia perguntam mais sobre tecnologia de voz embarcada em nossos veículos do que sobre a potência do motor. Posso afirmar com segurança que esse tipo de recurso ganhou uma relevância tão grande que se transformou em ponto de decisão de compra”, revela.
De acordo com Arantes, quem chega a uma agência ou faz uma pesquisa na internet para adquirir um veículo, tem perguntas na ponta da língua sobre multimídia, uso de voz e integração com o smartphone. Por isso, a companhia vem se preparando há algum tempo para atender a essa demanda.
“Nossos veículos saem equipados com Android Auto e Apple Car Play desde 2015. Apenas o Volkswagen Up ainda não conta com essa tecnologia”, conta, complementando: “Quando você está com o carro em movimento, sua atenção principal é dirigir. Por isso os comandos por voz são muito importantes”.
Manual cognitivo
Outra plataforma que se utiliza da voz para interagir com os clientes da Volkswagen é o manual cognitivo. Presente em veículos como o Polo, Tiguan, T-Cross, Jetta e em demais lançamentos desde 2018, ele usa o Watson, da IBM, e resolve dúvidas e problemas dos usuários.
“O manual cognitivo é o nosso carro chefe de aplicação pública da inteligência artificial. O cliente baixa o aplicativo Meu Volkswagen e com ele pode fazer perguntas por voz para o manual e receber as respostas das instruções diretamente do ponto em que ele perguntou”, explica.
A interação com o Watson acontece também por texto e, em alguns casos, por foto. O usuário tira uma foto, por exemplo, do painel do veículo com uma luz acesa, a plataforma reconhece o problema e coloca o cliente em contato com algum funcionário ou indica qual a próxima ação que deve tomar.
“O cliente é que determina de que forma vai usar a voz e, nesse ponto, quem manda é o contexto. Com o carro parado, ele quer uma interação visual e tátil também. Em movimento, deseja o uso cada vez mais natural da voz com os assistentes. Trata-se de um processo irreversível. A voz só vai crescer. Isso é uma coisa real porque é o que vemos em todas as nossas pesquisas”, aponta.