Com a presença cada vez mais constante da tecnologia de voz no dia a dia das pessoas, a profissão do designer conversacional tem se destacado no cenário internacional. Segundo Wally Brill, chefe de Conversation Design do Google, o mundo está sedento por designers de conversação, sendo uma profissão que diferencia qualquer currículo.
No NewVoice Summit 2021, que aconteceu na semana passada, Brill compartilhou com o público algumas dicas para criar bons designs de conversação. Segundo ele, a tecnologia de voz se destaca por ser a interface mais fácil e natural para os seres humanos, sendo uma das melhores formas para as empresas interagirem com os seus clientes.
O designer destaca que, ao ouvir uma voz, criamos inconscientemente uma personalidade e imagem em nossa mente para representar essa voz. Por conta disso, é importante que as empresas criem personas que gerem confiabilidade e representem a marca da melhor forma possível.
O designer contou como projeta uma conversa e faz a integração de voz. Segundo ele, o primeiro passo é entender o projeto como um todo, ou seja, saber para quem ele é destinado e por que está sendo construído. Desde esta etapa, ele destaca que é importante imaginar os possíveis problemas de uso, como as dificuldades que que as pessoas poderão passar durante o uso.
O segundo passo é pensar nas personas que irão representar a marca, ou seja, o perfil de cliente que é o público-alvo com a estratégia de comunicação. Para construir uma persona, Brill sugere que os designers criem biografias para os seus personagens. Por exemplo, a idade, nível de educação e local de origem. Segundo ele, todos esses elementos ajudam a dar ao personagem mais legitimidade e uma melhor construção da identidade da marca.
Já o terceiro passo de Wally Brill é não criar designs conversacionais a partir de fluxogramas. Segundo ele, um sistema pode ser muito grande em quantidade de documentos, com a possibilidade de um prompt de comando estar, por exemplo, na página 5 e outro na página 127. O designer sugere que para o fluxo da conversa soar natural deve-se criar os chamados diálogos de amostra.
Em cima desse passo, ele indica que, ao escrever a conversa, é preciso duas pessoas lendo em voz alta para saber se o diálogo parece ou não natural.
Além dessas dicas sugeridas, Brill diz que é essencial o teste de usuário em cada etapa do processo, para se certificar de que o sistema trabalhará bem antes do lançamento.
“Fazemos o chamado ‘teste do Mágico de OZ’, em que alguém reproduz os prompts por meio de um computador, mas sem aparecer. Eles reproduzem os prompts para um usuário e ele responde naturalmente a esses “prompts”. A questão é que queremos testar, obter resultados e isso vai constituir nosso design”, explicou.
Como se tornar designer de voz
Segundo Wally Brill, o mais importante para se tornar um designer conversacional é aprender como criar um diálogo intencional que ajuda o usuário a fazer o que deseja. Para isso, ele indica que a melhor maneira de entrar nesse ramo é ganhar conhecimentos em ferramentas, como o Dialogflow, e conversar com pessoas e agências experientes no assunto.
Brill também comenta que a profissão de design de voz ainda é muito recente, fazendo com que pessoas com experiência e projetos publicados se destaquem no mercado.
Você pode conferir a palestra completa de Wally Brill clicando no vídeo abaixo ou acessando o canal do NewVoice no Youtube.