Em meio às preocupações sobre seus possíveis riscos à humanidade, a inteligência artificial (IA) mostra que é capaz de grandes feitos nas mãos certas. Em entrevista à BBC Radio, o lendário músico Paul McCartney revelou nesta terça-feira, dia 13 de junho, que usou a tecnologia para finalizar uma última música dos Beatles.
A tecnologia foi usada para extrair a voz de John Lennon de uma fita demo antiga para que Paul pudesse completar a música.
“Acabamos de terminar e será lançada este ano”, explicou ele.
A música é uma composição de John Lennon, gravada em 1978, chamada “Now and Then”. Em 1995, os outros três Beatles chegaram a trabalhar na canção, mas a péssima qualidade do registro da voz de Lennon e um zumbido persistente na gravação levaram George Harrison a vetar a faixa. Mas, com a ajuda da IA, o projeto finalmente saiu do papel.
“Fomos capazes de pegar a voz de John e torná-la pura por meio dessa IA. Então podemos mixar o disco, como você faria normalmente”, contou Paul.
“É assustador, mas empolgante, porque é o futuro. Teremos apenas que ver aonde isso leva”, acrescentou.
Segundo McCartney, o uso de IA surgiu durante a produção do documentário “Get Back”, de Peter Jackson, que mostrou os bastidores da gravação do álbum “Let it be”.
“Fomos capazes de usar esse tipo de coisa quando Peter Jackson fez o filme ‘Get Back’. Ele foi capaz de extrair a voz de John de um pequeno pedaço de fita cassete. Tínhamos a voz de John e um piano. E ele podia separá-los com IA. Eles diziam à máquina: ‘Essa é a voz. Isso é uma guitarra. Esqueça a guitarra’. E ele fez isso”, explicou o eterno Beatle.