Por Luiz Riscado*
A transformação digital já é uma realidade no mercado e certamente continuará sendo um tema de discussão persistente para ser atingido pelas instituições financeiras tradicionais. E será particularmente importante em 2020, ano em que iremos observar mudanças regulatórias e estruturais importantes. Além disso, o comportamento do consumidor com o uso das novas tecnologias financeiras mudou a forma como lidamos com serviços bancários.
Desenhando esse cenário, não há necessidade de esperar pelo novo ano e suas resoluções para entender o básico sobre a revolução digital que iremos presenciar no setor no futuro que se aproxima. Para isso, levantei os oito principais drivers de transformação digital em bancos e instituições financeiras que iremos observar no próximo ano.
Machine learning na jornada do cliente
Os bancos reconhecem plenamente o potencial da inteligência artificial e do seu componente, o machine learning, para transformar as suas operações. Eles entendem que essas análises avançadas de dados irão ajudá-los cada vez mais a identificar melhor os clientes rentáveis e as oportunidades de negócios.
Inteligência artificial bancária
A integração de dados aliada à governança regulatória, especialmente com o open banking, será um grande passo. O uso da inteligência artificial tem revolucionado a prevenção de lavagem de dinheiro e de fraudes. Mas o bancos ainda estão começando a aproveitar o seu potencial com o foco em novas aplicações para a experiência do consumidor na ponta. O verdadeiro valor da IA está em ajudar a entender os seus usuários. E isso não tem preço tanto pela ótica da segurança dos serviços como pela jornada do cliente.
Deep learning
O aprendizado profundo (deep learning) é uma forma de inteligência artificial mais capacitada em compreender atividades complexas. Uma maior personalização analítica da base de consumidores das empresas, ou melhorar a precisão e o rendimento em aplicações em que se utilizem redes neurais por longo tempo são algumas das possibilidades de sua utilização. Por meio de algoritmos mais acurados, e poder de computação, podemos agregar maior profundidade.
Experiência do consumidor
Mapear e otimizar a jornada do consumidor é um desafio comum na era do omnichannel. As empresas do setor financeiro precisam guiar o seu usuário ao longo da jornada com a melhor “próxima ação” possível. A automação tradicional do marketing tem atingido um ponto de estagnação nesse processo. A escala e a complexidade desse desafio são oportunidades perfeitas para a aplicação da inteligência artificial com foco na experiência do consumidor.
Banking analytics
As instituições financeiras estão usando uma série de soluções para apoiar a coleta e a análise de dados de consumidores para tomada mais estratégica de decisões. Soluções de CRM, análises preditivas, monitoramento de redes sociais, assistentes virtuais inteligentes e soluções de realidade mista são esperadas para se tornar muito mais significantes na entrega de experiências de valor aos consumidores.
Compliance e tecnologia regulatória
A inteligência artificial e o futuro das regtechs (tecnologia regulatória) é a grande questão. Como parte de um processo de avanço, organizações estão usando IA, aprendizado de máquina e automação de processos robóticos para suavizar a integração e os processos entre as novas soluções de regtechs com as já existentes soluções de compliance e plataformas legado. As novas regulações, como a LGPD e o open banking, são extremamente densas e complexas. São nesses casos que a tecnologia pode auxiliar na redução da carga de trabalho envolvida, resultando em aumento de precisão.
Antifraude preditiva
Detectar e prevenir a fraude são tarefas que devem considerar múltiplos canais e linhas de negócios das instituições bancárias, e que podem ser monitoradas em tempo real. Uma solução deste tipo simplifica a integração de dados, combinando informações internas, externas e também de terceiros para criar um modelo preditivo que responda às necessidades de cada organização.
Open banking
O princípio fundamental do open banking é a capacidade de terceiros conseguirem acessar dados de transações que antes eram proprietárias, abrindo possibilidades para expansão de novos serviços para os usuários. Na Europa, onde a legislação já está em vigência, o impacto ainda não causou a impressão que se pretendia. Entretanto, com a aproximação entre as instituições tradicionais e as startups, o impacto do open banking e dos serviços bancários será profundo.
*Luiz Riscado pe diretor de Vendas do SAS Brasil